sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ANÁLISE QUANTITATIVA

Oi pessoal.
Dando sequência a série iniciada este semestre: após selecionarmos os ativos pela AF devemos determinar a proporção deles em nossa carteira. Quem vai nos ajudar nisso é a AQ e neste post vou falar um pouco mais sobre isso.




Alguns colegas me procuraram com alguns alertas. Eles acreditam que AQ propriamente dita são os estudos de VALUATION e/ou PERFORM INDICATORS, outros me disseram que eu jamais deveria misturar hedge com a TEORIA MODERNA DO PORTFÓLIO de Markowitz.

Já disse aqui algumas vezes, não gosto de me prender a regras de nomenclaturas, mesmo porque não encontrei nenhum material bibliográfico que explore diretamente o assunto, então prefiro o conceito do dicionário:

        QUANTIFICAR = Determinar a quantidade ou o valor de; avaliar com rigor.

Simples assim! Então eu chamo de AQ a ferramenta que vai me permitir determinar quais as quantidades ótimas de cada ativo em minha carteira, ótimas em relação ao risco x retorno. E utilizo os conceitos de  Markowitz para isso.

Na prática utilizo o otimizador de carteiras da Eugenio Invest. Nele lanço as ações que tenho ou quero ter em carteira, e ainda possibilita que eu trave a quantidade de alguns que só vou aumentando posições ano a ano, são aqueles que chamo de ACUMULAÇÃO.
O aplicativo vai retornar com várias carteiras e podemos traçar uma curva como na figura abaixo (novamente desculpem a baixa resolução).




Como era esperado, quanto maior o risco maior o retorno e vice-versa.

Na FRONTEIRA EFICIENTE estão as várias carteiras que tangenciam esta curva. Para um mesmo nível de risco existe apenas uma carteira com retorno otimizado.

Mas observem também que no início há um incremento maior no retorno (prêmio) para cada unidade de risco que assumo a mais, até um certo ponto. A partir deste ponto (análise visual mesmo) há um decréscimo nesse retorno para cada nível de risco que assumo a mais.


É esse ponto que utilizo e costumo chamar esta carteira otimizada de CARTEIRA EFICIENTE numa versão tupiniquim do estudo de Markowitz.

Tupiniquim porque algumas adaptações atrapalham um pouco:


- utilizar o lote padrão de 100 em 100 ações,
- determinar que nunca vou vender as ações de acumulação, somente aumentar. Então travo as quantidades no otimizador,

- e porque se estamos defensivos o mercado pode subir e não acompanhar, reduzindo o retorno, ou ao contrário, se estamos mais agressivos e o mercado cair, aumentamos o risco e aí entraria o hedge. Mas não há como incluir o hedge na teoria dele, muito menos assumir postura direcional.

Voltando a falar de risco, temos o risco individual dos ativos e o risco sistêmico (risco de mercado). A AQ como proposto aqui vai otimizar o risco x retorno em relação ao risco individual dos ativos.
O HEDGE DIRECIONAL vai reduzir o risco sistêmico.
E o REBALANCEAMENTO periódico vai potencializar o crescimento da carteira otimizada.

É isso!
SDS

5 comentários:

  1. Não entendi o conceito de fronteira eficiente.

    Você disse que "A FRONTEIRA EFICIENTE é a carteira que tangencia esta curva e é essa que eu utilizo."

    Só que existem infinitas retas que tangenciam aquela curva, cada uma o faz em um ponto distinto. Como você escolhe qual ponto quer?

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    1. Olá Aposentando em 2038.
      Relendo o texto ficou mal escrito mesmo, vou corrigir. Daqui a pouco você comenta novamente se a dúvida persistir. Obrigado pela participação.

      SDS

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    2. Não tinha entendido antes, mas agora entendi o que você quis dizer. Mas acho que está matematicamente errado da forma como você escreveu.

      Você disse que "Mas observem também que no início há um incremento maior no retorno (prêmio) para cada unidade de risco que assumo a mais, até um certo ponto. A partir deste ponto (análise visual mesmo) há um decréscimo nesse retorno para cada nível de risco que assumo a mais."

      Vendo a curva que você desenhou, ela parece muito com o logaritmo. No caso do log(x), a derivada num determinado ponto é proporcional a 1/x. Como a derivada no ponto dá o coeficiente angular da reta tangente ao ponto, isso acaba significando que pra cada unidade a mais de risco que você assume, você ganha menos retorno. Então a segunda parte da afirmação ficaria errada:

      "A partir deste ponto (análise visual mesmo) há um decréscimo nesse retorno para cada nível de risco que assumo a mais."

      Ficaria errada pois não existe um ponto onde há um decréscimo, pois ele ocorre desde o início!

      Na verdade, entendi que o que você quis dizer foi que a partir de um ponto o risco não compensa para você.

      []'s
      Aposentando em 2038

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    3. No visual, com essa carteira da imagem fica difícil falar se a figura representa um logarítmo, e se as afirmações estão matematicamente erradas. A escala dos eixos nem é a mesma.

      Pela forma que escreveu já ví que entende do assunto, mas escrevendo para os outros colegas que podem estar com dúvidas, basicamente a idéia é: se num gráfico existir uma reta de 45 graus de inclinação onde x = y, e se imaginarmos várias retas partindo do mesmo ponto.

      - em toda reta que estiver acima da primeira pra cada unidade que eu aumentar no eixo x, vai haver um incremento maior em y. Nesse caso o aumento do risco é recompensado com um retorno maior.

      - em toda reta que estiver abaixo da primeira pra cada unidade que aumentar em x vai haver um incremento menor em y. Nesse caso o aumento do risco não compensa.

      E no início da curva do post me parece que há o incremento inicial e depois vai decaindo até não compensar mais. Não ficou fácil de perceber, principalmente por a carteira atual ser defensiva, mas a idéia é compartilhar o conceito. Em um próximo post que estou planejando vai dar para os colegas visualizarem melhor.

      Obrigado pela participação. Abraço.

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  2. É complicado definir a proporção das ações dentro de uma carteira. Eu limito a quantidade de ações em função do que eu consigo acompanhar. Acho bem difícil acompanhar mais do que 10 ações. Quanto a quantidade de cada uma, eu procuro comprar aquilo que está mais atrativo. Principalmente em momentos como o atual, onde ocorre uma queda exagerada, algumas ações acabam apresentando mais distorção de preço. Eu seleciono aquelas como maior distorção de preço, sempre observando os fundamentos, e direciono o dinheiro para elas. Sempre tentando comprar o mais barato possível para reduzir o meu preço médio.

    Estratégia é uma coisa muito pessoal, além de dar dinheiro pro investidor uma boa estratégia também tem que deixar o investidor tranquilo e confortável e isso irá variar muito de pessoa pra pessoa. De qualquer forma a estratégia apresentada nesse post, não deixa de ser uma ótima estratégia!

    Abraço!

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