sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PATRIMÔNIO...


Patrimônio: retrato das escolhas financeiras feitas durante a vida...

Reproduzo aqui excelente texto de Marcia Dessen publicado no jornal Folha de São Paulo de hoje: link

"Seu patrimônio líquido é o resultado de tudo o que você tem e deve. Ele depende fundamentalmente das escolhas e das decisões financeiras tomadas durante a vida.
Aos 65 anos, ou antes, você pode anunciar sua aposentadoria e festejar sua independência financeira. Ou não. Continuará trabalhando para bancar necessidades básicas porque não teve a sabedoria de construir um patrimônio capaz de te prover.
Muito dinheiro passará por suas mãos durante a vida ativa, período durante o qual você trabalha e é remunerado por isso. A decisão de gastar ou poupar é sua. A escolha de quanto e como gastar o seu dinheiro também é sua.
Francisco e Mário, por exemplo, escreveram histórias muito distintas, e o patrimônio acumulado por eles é resultante disso.


FRANCISCO
Francisco aprendeu com os pais, desde cedo, a controlar os gastos e a respeitar os limites definidos pelo orçamento da família.
Na empresa onde trabalhou logo depois de formado, Francisco aprendeu a estabelecer objetivos de forma clara, definindo prazos, verba disponível e responsabilidades das pessoas envolvidas em cada projeto.
Percebeu que o que funcionava para a empresa podia funcionar para ele e anualmente planejava suas finanças. Durante a fase em que morou com os pais, seu salário ainda não era grande, mas suas despesas eram pequenas, e ele guardava cerca de 50% de seu salário, após contribuir com as despesas da casa e bancar os seus estudos.
A família aumentou depois do casamento com Mariana. Novas e maiores despesas vieram, todas planejadas e controladas.
Sua capacidade de poupança diminuiu, mas ele nunca deixou de separar parte do orçamento familiar para continuar investindo, pensando no futuro.
Francisco e sua esposa trabalharam durante 40 anos, dos 20 anos aos 60 anos. Durante esse período, ganharam um salário médio mensal de R$ 4.000 cada um.
Se multiplicarmos esse salário médio por 13 meses (R$ 52 mil por ano) e multiplicarmos novamente por 40 anos, veremos que cada um deles ganhou mais de R$ 2 milhões.
O que o casal fez com essa pequena fortuna de R$ 4 milhões? Gastou boa parte para educar os dois filhos, já independentes, e viver confortavelmente.
Construíram um patrimônio que, além de proteger, começa a gerar renda para a família. Casa própria e dois carros quitados proporcionam segurança e conforto. Um pequeno apartamento alugado e uma carteira de ativos financeiros (ações e títulos de renda fixa) proporcionam rendimentos suficientes para completar a aposentadoria que recebem do INSS.
Podem tomar a decisão de parar de trabalhar porque têm um patrimônio sustentável e gerador de caixa. A qualidade de vida melhorou e estão curtindo a vida na melhor idade.


MÁRIO
Os pais de Mário são consumistas, querem tudo do bom e do melhor. Gastam tudo o que ganham e não hesitam em tomar dinheiro emprestado para financiar seus pequenos e grandes luxos.
Acham que a vida tem que ser vivida assim, e não se preocupam nem um pouco com o amanhã. Esse modelo de comportamento dos pais provocou forte influência em Mário, que seguiu o mesmo padrão de consumo.
Orçamento, limite de gastos e renúncias em função de escassez de recursos não fizeram parte da vida de Mário. Estudou em boas escolas, fez curso no exterior e, graças aos pais, teve uma boa formação acadêmica.
Depois de formado, passou por três empresas diferentes e teve dificuldade de se adaptar ao ambiente corporativo, cujas regras e compromissos divergem bastante do comportamento adotado em sua família.
Apaixonou-se por Gabriela, artista plástica que conheceu em uma das viagens que fez ao exterior. Ela aceitou o convite de vir para o Brasil e foram morar juntos em um apartamento alugado, no bairro mais descolado da cidade.
A renda de ambos é incerta. A de Gabriela, pela natureza do seu trabalho. A de Mário, por sua imaturidade e sua instabilidade emocional, que impedem a criação de vínculo com uma empresa, comprometendo o seu desenvolvimento profissional.
A disciplina de um bom orçamento doméstico é extremamente útil para pessoas com esse perfil de renda. Mas, infelizmente, nenhum dos dois teve a chance de aprender os benefícios que um bom planejamento financeiro pode proporcionar.
O vínculo com Gabriela não durou. Mário agora está casado com Regina, cuja personalidade e padrão de comportamento permitem uma relação harmoniosa, com a estabilidade e a maturidade necessárias para complementar o perfil de Mário.
As finanças do casal estão sob controle, mas como foi um processo que tardou a ser implementado, impactou o patrimônio que ambos foram capazes de construir.
Eles têm um apartamento financiado e dois carros. Nenhuma dívida além do financiamento imobiliário e uma reserva financeira para emergências são metas definidas e mantidas por Regina.


O estilo de vida de Mário compromete boa parte do orçamento familiar. Eles são felizes assim.
Mas a perspectiva de independência financeira, redução da carga de trabalho e aposentadoria não estão no cenário desse casal. Vivem o presente e torcem para que não falte saúde e trabalho para prover seu sustento.


Muitas histórias, diferentes, melhores e piores, podem ser contadas. O significado do dinheiro na sua vida e suas escolhas financeiras ajudarão a escrever a sua história. Pense e planeje o seu futuro, sem deixar de viver o presente. "


É isso aí pessoal! Bastante alinhado com minha frase preferida do vovô Buffet:
"A Bola de neve cresce bastante se a colina for bem alta e a neve bastante aderente."

Para o investidor disciplinado a carteira de longo prazo em ações bem conduzida pelo hedge direcional vai potencializar o crescimento patrimonial a ponto de antecipar a independência financeira e ainda aumentar bastante o padrão esperado.

SDS





Um comentário:

  1. Ótimo texto.

    Estou seguindo os passos do "Chico" e espero chegar lá antes dos 60... hehe

    Abraços.

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