terça-feira, 17 de janeiro de 2012

RENTABILIDADE ESPERADA

A rentabilidade anual mínima esperada do método deve ser a soma de: crescimento mínimo esperado para a carteira + dividendos recebidos no ano + hedge não direcional + operações estruturadas + aluguel de ações
.
Em detalhes:


1) Crescimento esperado para a carteira: supõe-se que os ativos em carteira vão crescer naturalmente no mínimo igual ao crescimento real do PIB mais a inflação. Nos últimos anos isso tem variado de 7-11%, com média de 8% ao ano. Isso leva em conta o crescimento da empresa e/ou dos seus lucros, não tem nada a ver com sua cotação, mas:


      * se ao montar a carteira o investidor tiver o "azar" de errar o "market timing" e começar justamente em uma época de topo, este item vai demorar um pouco para deslanchar, talvez 1-2 anos. Mas vai ser contornado pelo hedge direcional.

      * da mesma forma se tiver a "sorte" de acertar o "market timing" e começar justamente em uma época de fundo, este item vai deslanchar rapidamente e melhorar a rentabilidade no início. E vai ser potencializada pelo hedge direcional.

      * coloquei entre aspas a sorte e azar justamente por recomendar que utilizemos a análise técnica clássica para iniciar a carteira após as grandes quedas como em 2008, 2010 e 2011 pra citar os exemplos mais recentes. A rentabilidade extra no  início vai nos ajudar a "libertar" nossa mente do dia a dia de trades curtos e encarar o negócio de ações como investimento de longo prazo.


2) Dividendos: como a montagem da carteira tem como princípio a escolha de empresas boas pagadoras de dividendos esse item é o que mais conta positivamente na carteira. Em média vamos receber 12% ao ano de dividendos. Um detalhe importante é que os dividendos são livres de imposto de renda.


3) Hedge não direcional: se optarmos por uma posição extremamente conservadora, sem apostar na baixa ou na alta da carteira ganharíamos uma taxa equivalente ao CDI, em média 10% ao ano de juros nominais.
Na prática vamos calcular quantos contratos são necessários para defender a carteira, ajustado pelo Beta e vender já na abertura do primeiro dia de negociação do contrato, e ficar vendidos até a vencimento deste contrato e abertura de um novo. Esse método ganha o spread que existe entre o INDFUT e o IBOV, é o mercado que vai dizer quanto aceita pagar de spread e isso normalmente equivale ao CDI.
Observe na figura como um novo spread é aberto a cada novo contrato e vai caindo com o passar do tempo. Em 2011 a média foi ganhar 900 pts, e o IBOV girou em média ao redor de 60.000 pts, então

   900 pts / 60.000 pts * 100 = 1,5% em 2 meses = 0,75% ao mês, muito próximo do CDI



4) Aluguel de ações e/ou operações estruturadas: como não queremos nos desfazer da carteiras de ações podemos ofertá-las para aluguel ou utilizá-las como garantias em operações estruturadas com opções do tipo: borboleta, vaca ou condor. Ou mesmo em travas de alta ou de baixa se resolvermos assumir posição direcional através de algum setup simples para alguns dos ativos que tenham liquidez nas opções (por enquanto VALE, PETR e OGX aqui no Brasil).
Isso pode nos trazer também com bastante segurança mais 4-5% ao ano.


5) Resultado: Somando tudo temos: 8 + 12 + 10 + 4 =

 34% ao ano de crescimento mínimo da carteira, ou 28% de crescimento mínimo real.

Como a proposta é fazer hedge direcional o método vai render muito mais que isso, e dependendo do setup e período escolhido pode ser surreal!
A maior vantagem é que é há liquidez para fazer com capitais enormes. E sem alavancar, sem correr riscos absurdos.

Foi o único jeito que encontrei de alcançar minha meta bastante agressiva de 4% ao mês para a carteira de RV correndo pouco risco, sem alavancagem.

 * 4% ao mês não capitalizado, ou seja, 48% ao ano.


Minha história na bolsa vem desde 2000 e não encontrei outra maneira de alcançar isso a não ser com o hedge direcional. Nos backtests com vários setups para o ibov ou indice no Diario esse valor é bastante realista e nas operações reais estou fazendo desde Fevereiro de 2010.





* se algum leitor mais afoito que faz DT com derivativos ler a minha meta citada anteriormente vai dar risadas. Talvez de gargalhadas por eu chamar de meta agressiva.

Mas entendam que falo em MÉDIO E LONGO PRAZO com CONSISTÊNCIA.
O ano 2009 foi fácil até mesmo pros leigos em AT. E estou falando de um capital voltado para aposentadoria, conquistado e economizado com muito suor por duas décadas no sertão do Brasil afora. Não dá pra correr riscos absurdos, nem pra ficar com a merreca da poupança, tentei encontrar um meio termo.

sds

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13 comentários:

  1. Acabei de perceber e corrigir um erro na postagem original acima. Já está ok.

    * nos itens estava misturando rentabilidade nominal e real. Agora padronizei tudo para nominal e descontei a inflação na soma.

    Percebam que o método acaba corrigindo a inflação 2x.

    sds

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    1. rocky caso eu opte em fazer hedge não direcional meus ganhos seriam apenas dividendos+ spread + aluguel (algo em torno de 15-17% a.a) correto? Agora se no lugar das ações pagadoras de dividendos eu tiver uma ETF meus ganhos se resumiriam em spread + aluguel? Seria viável este método, uma vez que não precisaria investir nas empresas individualmente...
      Abçs...

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    2. Olá Diferias.
      Ganharia Spread + aluguel + alguns poucos dividendos (que são incorporados nas cotas conforme falamos no post proposta radical).

      Acho bastante viável investir em ETFs enquanto nosso capital não permite uma diversificação considerável. Quando permitir prefiro as empresas individualmente, principalmente as boas pagadoras de dividendos.

      E como você já sabe pelo blog também acho bastante viável ficar direcional com algum setup para o ibov. Se não gosta de AT ou não tem tempo existem setups prontos e muito eficientes que seu assessor poderia fazer pra você de forma quase que automatizada. O meu faz pra mim.
      Acredito que o risco/retorno é muito favorável.

      Abraço.

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  2. Rocky,

    Suponhamos que eu queira operar apenas mini contratos... Ao fazer um estudo notei que a cada troca de contrato ocorre um spread de 1,15% em média...

    "é o mercado que vai dizer quanto aceita pagar de spread e isso normalmente equivale ao CDI"... Você disse...

    Mas não consigo entender o pq essa diferença ocorre? Eu fico prejudicado se opero apenas o mini... Não achas?

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  3. Vamos dizer que você tem uma carteira de ações e está com hedge acionado e quer permanecer protegido mesmo com a troca de contratos... Ocorre a rolagem e o mercado continua caindo, sendo que na rolagem o spread foi de 1,15%... Você não teve perda desse % ?

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    1. Se estamos vendidos no derivativo e comprados no IBOV ocorre o contrário, vamos ganhar o spread. Faça uma simulação vendendo 1 mini em toda abertura do contrato novo e comprando 200 BOVA11, bate direitinho. O spread vai encolhendo conforme demonstrado na figura acima.
      Parte considerável do volume da bolsa trabalha assim, mas no IBOV inteiro e protegendo no indice cheio. Mais antigamente era uma forma de "driblar" a taxação da renda fixa do estrangeiro, que não ocorria nas ações. Essa operação é do tipo cash & carry.

      O derivativo foi criado exatamente para proteção de carteiras de investimentos em ações. E quando um novo contrato vai ser aberto, já no primeiro leilão de abertura dele é o mercado que vai determinar esse spread. Que normalmente equivale ao CDI.
      Toda vez que o spread dispara pra algum lado o mercado rapidamente trata de "espremê-lo" ao "normal" e esperado conforme os dias que faltam para o término do contrato.

      SDS

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    2. Resumindo: o INDICE é sempre o IBOV + SPREAD. E esse spread vai encolhendo conforme o vencimento do contrato vai se aproximando.

      SDS

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  4. Rocky, O Sprad vai ser sempre positivo?

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    1. Sim anônimo.
      Com os dois mercados abertos,à vista e futuro, será sempre positivo.
      Existem algumas situações de gaps de baixa na abertura do indice onde o spread pode ficar negativo, mas basta aguardar alguns minutos após a abertura do IBOV que tudo volta ao normal, um busca o outro.

      SDS

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  5. Grande Rocky, não sou tão anônimo assim... Volta e meia estou te enchendo de perguntas... rsrs

    Depois de alguns estudos já defini minha estratégia de longo prazo... 50% em Smal11 e 50% em Pibb11, com rebalanceamento a cada 6 meses... Hedge no mini utilizando a MME9 no semanal... O que acha?

    Por incrível que pareça Smal11 cai menos e sobe mais que o Ibov... Vai ser o meu delta positivo...

    Obrigado pela atenção de sempre e pelos ensinamentos... Grande Abraço, Bernardo.

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    1. Blz Bernardo! Obrigado você pelas participações.
      Acho boa a estratégia, faço apenas um alerta, semelhante a outros que você já deve ter visto no blog, sobre o prazo semanal: é muito importante que esteja bastante seguro no setup pelo semanal.
      Embora o período seja bastante consistente em seus sinais os stops são bastante caros, e para isso devemos preparar bem a questão mental pra não sair sabotando tudo no primeiro stop tomado. A melhor maneira de fazer isso é estudar bastante.

      SDS

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  6. Valeu Rocky... Fiz um estudo desde 98 com o Ibov semanal... A rentabilidade é bem interessante com uma média de 18% líquido ao ano... Sem contar o poder do juros composto... Assim consigo operar para ganhar mais que a renda fixa e trabalhar paralelamente...

    Já estou preparado psicologicamente para os anos ruins... Pretendo fazer minha aposentadoria com isso... Agora é pau na máquina... rsrs

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  7. Salve!
    Dando uma atualizada no post com a nova realidade brasileira, de juros de primeiro mundo com crescimento pífio da economia.
    Seguindo os itens lá em cima agora espero para esse ano e o próximo:
    1)4%
    2)5%
    3)4%
    4)4% (esse item não alterou pois embora a queda de juros também influencie as operações com opções, a volatilidade no mercado continua alta)
    5)Total de 17% ou metade da expectativa de um ano atrás.

    Dias melhores virão. Investimentos são pra uma vida inteira!

    SDS

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